O apelo foi deixado durante a reunião realizada na sede do Sindicato dos Jornalistas, no Porto, no âmbito da preparação do 4º Congresso. Os jornalistas presentes mostraram-se muito preocupados com o que consideram ser a contaminação do jornalismo por conteúdos de marketing e publicidade através do chamado “jornalismo patrocinado”.

Foram expressas muitas dúvidas sobre o envolvimento das direcções de alguns órgãos de comunicação social em tarefas relacionadas com a angariação de receitas, uma tarefa tradicionalmente atribuída às direcções comerciais. Por outro lado, foi igualmente defendido o financiamento dos media através do mecenato de empresas destinado a projectos editoriais devidamente identificados, tendo sido mesmo avançada a ideia de tentar encontrar mecanismos legais, por exemplo em matéria fiscal, que incentive este tipo de mecenato.

Outro tema abordado por vários dos jornalistas presentes foi a utilização do trabalho dos estagiários curriculares. Levantaram-se diversas vozes contra a existência de uma espécie de “lugares cativos” nas redacções para estagiários, em prejuízo da contratação de profissionais. Foi até apresentada a proposta de criação de uma espécie de “período de defeso” em que os órgãos de comunicação social não pudessem recebem estagiários.

A situação dos fotojornalistas, onde a taxa de desemprego é ainda mais elevada do que noutras áreas, o acesso ao primeiro emprego, a necessidade de transparência na propriedade dos órgãos de comunicação social e o reforço da auto-regulação foram outros temas sugeridos para debate no Congresso que, na opinião dos jornalistas presentes, não se deve esgotar em si próprio mas sim criar mecanismos que permitam a continuação do debate e da reflexão sobre a profissão.