Profissionais de jornais e rádios alentejanos participaram no debate que teve lugar a 29 de julho no Auditório da Cimbal. Foi a primeira vez, em muitos anos, que um grupo de jornalistas, embora pouco numeroso, se reuniu para discutir os problemas da classe – de forma aberta, sem agenda pré-estabelecida ou temas tabu.

O exercício da profissão fora dos grandes centros dominou parte das intervenções. Falou-se de constrangimentos como o acesso às fontes de informação oficiais, mas também de precariedade. Um fenómeno que atinge em primeira linha jovens em busca de vínculo laboral estável, forçados a aceitar baixos salários.

Em matéria de condições de acesso à profissão, os presentes reconheceram o risco de exercício de atividades incompatíveis com o jornalismo, em resultado da prática de remunerações baixas. Foram referidos casos de violação da lei pelas empresas, ao manterem ao seu serviço trabalhadores que exercem funções jornalísticas sem habilitação legal.

As especificidades do trabalho desenvolvido por jornalistas de imagem – afetado pelo recurso cada vez mais frequente a dispositivos tecnológicos que qualquer pessoa pode usar – figuraram entre os temas debatidos. Foi ainda abordado o impacto de novos modelos de funcionamento no quotidiano profissional dos jornalistas – é o caso do recurso a jornalistas de rádios locais, no âmbito de parcerias entre empresas, por parte de estações de televisão.

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