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No dia em que o 4º Congresso dos Jornalistas portugueses acolheu Michael Rezendes, jornalista envolvido na investigação que serviu de inspiração ao super premiado “Spotlight”, falámos com estudantes de jornalismo e profissionais da área para saber que títulos sugerem como sendo aqueles que melhor representam a profissão.
As preferências recaem sobre o filme de Tom McCarthy, mas há mais para ver.
“Spotlight” (2015)
“O caso Spotlight” realizado por Tom McCarthy, é uma história verídica que retrata a investigação do jornal The Boston Globe que denunciou abusos a crianças por parte de padres da Igreja Católica. Para a jornalista Elizabete Agostinho “infelizmente as condições de investigação no mundo real não são as do filme”. “Mas a ficção serve também para nos mostrar o mundo ideal”, completou.
“The Insider” (1999)
É o filme de eleição de Cândida Pinto. Lançado na viragem do século, o filme protagonizado por Al Pacino, “coloca problemas à vulnerabilidade dos jornalistas”, segundo a jornalista da SIC. Uma entrevista feita a um ex-executivo da indústria do tabaco e os segredos nela revelados levam ao cancelamento da transmissão na CBS. Este recuo pela cadeia televisiva resulta numa espiral de acusações e culmina numa série de ações judiciais.
“All The President’s Men” (1976)
Bob Woodward e Carl Bernstein são dois jornalistas do Washington Post que investigaram o “caso Watergate”, conhecido como um dos maiores escândalos políticos que assolou os Estados Unidos da América. O filme desenrola-se em 1972, no período pré-eleições e acompanha os esforços e obstáculos com os quais os dois repórteres se depararam no decorrer da investigação. De acordo com o jornalista Idálio Revez, este filme destaca-se por se aplicar à atualidade do jornalismo no que toca à presença “do que é o poder e contra-poder e do que não se diz e se insinua”.
“Truth” (2015)
A “pós-verdade” e as fake news fazem parte, hoje, dos tópicos que circundam o jornalismo. “Truth” é um filme que se baseia numa história verídica, sobre a investigação da CBS ao serviço militar de George W. Bush. A obra, com Cate Blanchett e Robert Redford nos papéis principais, “representa os problemas atuais”, segundo Eduardo Miranda, estudante de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, que considera que o “filme mostra a necessidade da verificação da informação, hoje em dia”.
“The Killing Fields” (1984)
“Contar ao mundo e denunciar através de relatos, aquilo que viu”. É assim que Luís Nascimento, jornalista aposentado, explica “The Killing Fields” – “Terra Sangrenta”, no título português. No distante Camboja, o filme que tem Sam Waterston como protagonista – tal como em “The Newsroom” – coloca em cena um jornalismo mais “humanitário” como apelida Luís Nascimento. O enredo recorda Pol Pot e o final da década de 80, na qual morreram dois milhões de pessoas às mãos do regime do Khmer Vermelho. O antigo jornalista da RTP, Luís Nascimento, compara ainda a missão do jornalista representado no filme com a dos jornalistas presentes em Aleppo, que “mostram por imagens e por palavras, o sofrimento humano”.
E se os jornalistas fossem realizadores?
Débora Henriques, jornalista da SIC, faria uma curta-metragem com um único plano: um relógio digital em time lapse. Justifica a sua escolha pela necessidade do imediatismo no jornalismo, por ser um jornalismo “do momento, do segundo” que nem sempre permite fazer investigações como a retratada no filme “Spotlight”. O foco do repórter de imagem Manuel dos Santos seria a vida pessoal dos jornalistas: “o sacrifício, o tempo fora da família, não ver os filhos crescer, passar aniversários fora de casa, não ter horas para comer.”. À pressão do tempo, Ana Guedes Rodrigues abordaria os grupos económicos, para os quais trabalham os jornalistas. A jornalista realça a necessidade de reflexão sobre a garantia de independência nestas situações.