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“Assessorias” foi o tema da última mesa redonda do 4º Congresso de Jornalistas. Quatro jornalistas e três assessores responderam a questões sobre a forma como se relacionam: Os assessores são fontes ou lobistas? Como é que os jornalistas veem os assessores? Há aspetos a melhorar na relação entre eles? Os interesses de ambos são irreconciliáveis?
Aqui ficam algumas respostas:
António Figueiredo, Jornal do Centro:
Transparência. Nós sabemos quem eles são, eles sabem quem nós somos. Acabei de ouvir agora uma coisa neste painel com a qual estou perfeitamente de acordo, o jornalista nem sequer devia ir para assessor. A regra devia ser: quem quer ser assessor nunca mais regressa à profissão.
Ana Suspiro, Observador:
Às vezes é, mas não tem de ser. Muitas vezes pode haver objetivos comuns quando é para contar uma história que interesse aos dois lados e que seja bem contada. Mas às vezes sim, são irreconciliáveis, porque o jornalista quer saber mais e mais informação e o assessor tem a missão de travar o acesso à informação que o jornalista quer, e nem sempre é possível fazer a quadratura do círculo.
Paulo Rocha, Agência Eclésia:
Acho que os assessores são fontes para os jornalistas, mas têm tendência a ser lobistas. Há uma proximidade entre os jornalistas e os assessores porque muitos deles são ex-camaradas e isso pode gerar muita ambiguidade. Há um trabalho grande a fazer por parte dos jornalistas para criar a distância necessária para desenvolver a sua história independentemente do maior conhecimento que têm ou não destas fontes. Acabam por ser, de facto, camaradas que estão muito próximos, por vezes, do trabalho que fazem todos os dias.
Maria João Guimarães, Público:
Acho que neste momento o problema é que temos mais assessores do que jornalistas, portanto, têm muito mais tempo para fazer o seu trabalho. Assim é muito mais fácil, em redações com poucos jornalistas, que sejam aproveitados e publicados de forma acrítica comunicados quase inteiros. Isso acontece muito mais agora do que antes. É claramente um problema.
Teresa Coutinho, Assessora de imprensa do Parlamento Europeu:
Infelizmente, acho que veem os assessores muitas vezes como vendedores de propaganda e inimigos. Acho que se tem de desmistificar e acabar com esta imagem. Porque, de facto, cada um defende o seu interesse. O jornalista tem o seu interesse de informar e nós temos o interesse de informar sobre a instituição que representamos. mas de uma forma clara. De facto, cabe ao jornalista ter a última palavra se acha que aquilo que lhe comunicam é interessante para o público, para quem escreve e divulga.
Carlos Matos, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Comunicação:
Não é uma questão de serem irreconciliáveis. Muitas vezes há interesses diferentes, mas isso não é um problema, é uma realidade. O jornalismo procura, de facto, um determinado tipo de informações que se calhar a nós não nos interessa divulgar, ou pelo menos sobre a qual temos outra perspetiva. Como foi dito no Congresso, várias vezes, a faca e o queijo está nas mãos dos jornalistas.
António Cunha Vaz, Cunha Vaz & Associados:
Acho que entre os assessores que são sérios e os jornalistas que são sérios não há receios. Há o reconhecimento de que cada um de nós tem os seus interesses e depois é a interpretação da informação que se sucede.